Gosto do pretérito,

dos tempos em que o Outono era Outono. Em que as palavras eram apenas palavras porque bailavam na nossa mente como folhas caídas de árvores ao sabor do vento. E nós éramos esse vento irrequieto, sem direcção certa porque nem sabíamos que o vento tinha que ter uma direcção.
O presente é a certeza de que se foi inocente, de que em algum momento nos aproximámos mil vezes mais daquilo que ansiamos encontrar agora.
Por isso amo as imagens e os cheiros que ficaram dum passado longínquo e incorrupto... Quando os sinto não restam dúvidas. Foi. Aconteceu. Que saudades do mar e da areia quase fria nos pés. Que saudades do cheiro de Monsanto. De quando Monsanto era apenas uma mata. Nada mais a não ser isso mesmo, uma mata.

Que saudades desses passeios e de quando nos bancos dos jardins de Lisboa não se sentava a morte... Apenas vida e inocência.

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