Não se pode voltar atrás...

Detesto o tempo que galopa sobre mim e me torna inexistente. Tempo desperdiçado. Sonhos por cumprir. As horas, os minutos, os segundos gastos no nada, no vazio. E tanto de mim por ser. Tanta beleza, e eu, sem conseguir atingi-la.
Olho em volta e apercebo-me de cada erro cometido, e sinto a inércia de tudo o que se torna impossível ou utópico. Quero recordações. Prefiro avançar sobre o futuro... quase às cegas.
Mas conheço-me, e sei o quanto sou incansável na busca das tintas com que diluo o que for demasiado real.
E sinto a solidão, essa dor imensa que de um trago se recusa a aceitar como verdadeiras, todas as convicções que a vida impôs. A solidão das decisões inexoráveis.

Desconheço certezas. Já não estudo para me formar, namoro para casar ou sequer trabalho por um ordenado certo. Todos os contornos do real se tornaram estranhamente indefinidos mas no entanto, mais do que nunca, acredito no direito de retomar o caminho que um dia abandonei, e afasto-me do que se supõe ser correcto. Mas nos torna insanos.

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