Telemóveis

Os telemóveis são, actualmente, o brinquedo preferido dos portugueses. Graças a eles passámos a entrar pela vida adentro da pessoa ao nosso lado, seja na rua, no autocarro ou numa loja, ficamos a saber detalhes perfeitamente entediantes ou verdadeiramente escabrosos, entre explicações sussurradas ou gritos.
Entraram nas suas vidas para ficar, como a batata ou o arroz. Não há horário televisivo que não tenha um anúncio a uma qualquer operadora, marca, tarifário ou inovação. O mesmo se passa ao folhearmos uma revista ou apenas ao passearmos. Não há como fugir. É uma propaganda que nos persegue sem dó nem piedade. E habituados a ela, consideramos normalíssima toda esta informação, que nos leva ao desejo desenfreado de possuir ainda mais um telemóvel. As lojas enchem-se de possíveis compradores, como se de um artigo de primeira necessidade se tratasse.
É mais barato que trocar constantemente de carro, com a facilidade de vermos os nossos aparelhos transformados num porquinho cor-de-rosa ou num moderno mini computador em pouco segundos.
E se de início os toques que fugiam à norma eram apelidados de ridículos e os infractores olhados de lado, rapidamente as áreas de marketing das marcas e das operadoras perceberam que "sair da casca" era uma boa forma de ganhar mais uns trocos e rapidamente inverteram as tendências. Multiplicam-se as ofertas de serviços, imagens ou toques a condizer com a personalidade do utilizador. Os adultos perdem-se e os adolescentes e as crianças adoram.
O telemóvel é reduzido no tamanho mas as possibilidades são inúmeras, desde as diversas formas comunicar - as mais óbvias - à máquina fotográfica - a mais popular - o pequeno aparelho tornou-se num gigante que a todos enfeitiça deixando as operadoras e as diversas marcas bastante felizes.

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